quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

MIST: A nova aposta de Jim O’Neil

Sei que essa notícia já saiu no impresso há algum tempo, mas vale a pena a reprodução...

MIST: A nova aposta de Jim O’Neil

Por: Humberto Siúves e Tarcísio Hardman Reis
Fonte: Blog A Vez dos BRICs

Após ter cunhado o termo BRIC em 2001 para designar um bloco de países promissores para os invetidores estrangeiros, Jim O’Neil, antigo economista chefe do Goldman Sachs, agora faz uma nova aposta: os MIST (névoa, em inglês)..

No passado esse blog já alertou sobre outros grupos de países cujas iniciais em inglês quando postas em conjunto formem um substantivo na lingua de Shakespeare. Porém vale a pena dar uma pensada nos atrativos do México, Indonésia, Coréia do Sul e Turquia nos olhos dos investidores estrangeiros:

1. Cada um desses países é responsável por pelo menos 1% do PIB global;

2. No passado os países dos MIST foram alvo de euforia financeira, apesar de no fim não terem vingado;

3. Os MIST são países democráticos e políticamente estáveis;

4. São países razoavelmente populosos localizados em zonas desenvolvidas econômicamente;

5. Os MIST têm uma base industrial sólida e competitiva em certos setores.

Mesmo se os MIST acabarem se dissipando, o fato é que após 10 anos da criação dos BRIC é necessário um novo grupo de países que sejam atraentes aos olhos do mercado financeiro internacional. O México, a Indonésia, a Coréia do Sul e a Turquia parecem estar aptos a cumprir esse papel. O que você acha?

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

A guerra cambial internacional e as consequências para o Brasil

(Texto originalmente publicado no periódico online O Estado RJ, em novembro de 2010.)

A China produz muito e consome pouco. Já os Estados Unidos consomem muito e produzem pouco, necessitando importar grande parte dos bens utilizados. As duas maiores economias do mundo se enfrentam em uma guerra cambial que parece monopolizar a atenção da mídia internacional, principalmente nesse momento em que o G20 financeiro aprovou maior poder aos emergentes no FMI, refletindo importante mudança do poder econômico no cenário mundial. Como isso afeta o Brasil e os outros países?

A China utiliza o sistema de câmbio fixo e mantém sua moeda, o Yuan, desvalorizado, visando a aumentar as exportações e, consequentemente seu crescimento econômico. No longo prazo, essa prática de aceleração de crescimento desestabiliza o sistema, prejudicando relações econômicas com terceiros países, e se torna insustentável para o restante da economia mundial. Uma situação realmente preocupante. Esse foi um fato que dificultou a entrada da República Popular da China na Organização Mundial do Comércio (OMC) e seu reconhecimento como economia de mercado.

Os Estados Unidos recentemente anunciaram a recompra de títulos de sua dívida pública, o que despejaria mais dólares no mercado internacional, fazendo com que essa moeda se desvalorizasse. No bom português, se a ação se concretizar, o dólar ficará mais barato, a dívida pública externa norte-americana será desvalorizada e as reservas internacionais dos outros países perderão valor. Essa é uma das razões pelas quais a China, a maior detentora de títulos da dívida norte-americana, não se desfez dos papeis: os próprios chineses perderiam dinheiro e competitividade com o excesso de dólares no mercado internacional, tornando uma política como essa um ato de autoflagelação ou até mesmo um suicídio econômico.

Assim, o problema reside no fato de a moeda norte-americana ser a referência para transações comerciais e financeiras no comércio internacional. Ao desvalorizar sua moeda, os EUA, facilitam a exportação de seus produtos, conforme a China o faz, mas mantendo o câmbio flutuante, diferentemente dos chineses. Dessa forma, constitui-se uma “guerra cambial” entre os dois países, que afeta o restante do mundo.

A origem da necessidade da desvalorização do dólar reside no enfraquecimento da economia norte-americana após o estouro da bolha imobiliária e a consequente crise financeira de 2008. Desde então, os EUA fazem de tudo para estimular os bancos a realizarem empréstimos visando à normalização do crédito; a China desvaloriza o Yuan artificialmente para crescer mais rapidamente em função das exportações. No caso do Brasil, assim como no restante do mundo, a desvalorização do dólar acarreta a valorização de moedas nacionais. Dessa forma, fica mais barato importar bens e exportadores são prejudicados. A balança comercial pode se desestabilizar, tornando-se negativa. Caem as reservas internacionais dos países.

Sem exportar, numa economia aberta ao capital internacional, os países não crescem e os produtos nacionais ficam mais caros, quebrando várias cadeias produtivas. Consequentemente, os países tendem a se abrir à especulação financeira internacional, visando a investimentos externos diretos, que remetem à vulnerabilidade econômica e tendência ao desemprego. Por isso, a guerra cambial se tornou assunto tão sério. Infelizmente, não se chegou a consenso na reunião do G20 financeiro na Coreia do Sul. Mas, com o poder conferido aos emergentes no FMI, a situação ainda poderá ser revertida por meio de pressão internacional. Resta-nos esperar o resultado.


Alessandra Baldner

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Obituário: Saraiva Guerreiro, ex-chanceler brasileiro

Morreu nesta quarta-feira, dia 19, no Rio de Janeiro, o ex-Ministro das Relações Exteriores Ramiro Saraiva Guerreiro, que comandou o Itamaraty durante o Governo Figueiredo (1979-1985). A presidente Dilma Roussef lamentou a morte do ex-chanceler:

"Nas funções de Secretário-Geral do Itamaraty, de Ministro das Relações Exteriores e de negociador da dívida externa brasileira, o embaixador Guerreiro foi exemplar defensor da diplomacia multilateral, das relações com os países do sul e dos fundamentos da política externa independente do Brasil."

Embaixador Samuel Pinheiro Guimarães designado Alto Representante-Geral do Mercosul

19/01/2011
Fonte: MRE
http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/notas-a-imprensa/embaixador-samuel-pinheiro-guimaraes-designado-alto-representante-geral-do-mercosul


Nota nº 20

O Conselho do Mercado Comum formalizou a designação do Embaixador Pinheiro Guimarães para exercer o cargo de Alto Representante-Geral do Mercosul, criado na Cúpula de Foz do Iguaçu, em 16/12/10.

O Conselho do Mercado Comum (CMC) formalizou hoje, 19 de janeiro, a designação do Embaixador Samuel Pinheiro Guimarães para exercer o cargo de Alto Representante-Geral do Mercosul. O Embaixador Pinheiro Guimarães foi Ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República e Secretário-Geral do Itamaraty. O cargo foi criado na Cúpula de Foz do Iguaçu, em 16 de dezembro de 2010.

O Alto Representante-Geral do Mercosul cumprirá funções de articulação política, formulação de propostas e representação das posições comuns do bloco. Atuará em áreas como saúde, educação, cultura e divulgação do Mercosul. Também coordenará a implementação das metas previstas no Plano de Ação para um Estatuto da Cidadania do Mercosul, aprovado em Foz do Iguaçu em 16 de dezembro de 2010.

Seu mandato será de 3 anos, renovável por igual período uma única vez.

A "cozinha do inferno" no Haiti

Na "cozinha do inferno", haitianos comem o que o mundo rejeita


20 de janeiro de 2011
Fonte: Portal Terra
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4900683-EI8140,00-Na+cozinha+do+inferno+haitianos+comem+o+que+o+mundo+rejeita.html


Laryssa Borges
Direto de Porto Príncipe

Rua dos Milagres, 20h em Porto Príncipe. Um comboio das Nações Unidas patrulha o bairro de Bel-Air, o mais afetado pelo terremoto que matou cerca de 230 mil haitianos em 2010. Nas ruas desertas, apenas os faróis dos caminhões militares iluminam poucos rostos - todos acuados. Em um canto, mulheres preparam o cardápio da noite: carcaça de galinha ao molho de mostarda.

A poucas quadras dali, a expressão "cozinha do inferno" é insuficiente para descrever o centro de distribuição de alimentos da região - a maior parte, podres. Roupas sujas e doadas disputam lugar com pilhas de alfaces estragadas. As vísceras de cabras, porcos e aves, destrinchados em praça pública, formam enormes fogueiras. Qualquer noção de saneamento básico é absolutamente ignorada. O odor da miscelânea ofertada pelos "chefs" inebria os olhos e nariz de forasteiros. Os haitianos barganham o alimento que o restante do mundo rejeita.

No bairro de Bel-Air, onde a maior quantidade dos mortos pelo terremoto ficou por semanas soterrada, palavras de ordem são pichadas nas redondezas dos muros do Palácio Nacional, atual sede - semi destruída - do governo René Préval. Parte da população é hostil ao olhar dos "turistas da miséria" - fotografando as mazelas alheias - a Préval, classificado como "ladrão" das doações da comunidade internacional aos haitianos, e à própria Minustah (Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti).

Meia dúzia de banheiros químicos são amontoados em frente a barracas de desalojados - estas apenas um dos 123 acampamentos de desabrigados da capital haitiana. Uma jovem, em meio à lama, tenta equilibrar a vela nas mãos para ir ao toilette alagado e malcheiroso. Desinibido, um rapaz urina diante da população.

Bel-Air, 8h do dia seguinte. O mote "ousar ainda é o melhor jeito de ser bem sucedido" permanece marcado em spray nas redondezas do Palácio Nacional do Haiti. O comércio, desorganizado, tenta dar vazão a rádios, comprimidos, pães e o quê mais puder ser juntado pelos aspirantes a vendedores.

Carros seguem abandonados. Os escombros - 60 milhões de toneladas de entulho foram consequência do terremoto - entopem ruas, bueiros e canais que um dia podem ter transportado água fresca para a população do país mais pobre das Américas.

Em menos de três meses mais de 3,3 mil haitianos morreram vítimas da cólera. De todos os micro avanços ofertados ao Haiti desde o massacre provocado pelo terremoto, o saneamento básico é o maior entrave. De Bel-Air, símbolo da destruição dos tremores de terra, só resta o nome.


E ainda há quem reclame da vida...

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Presidente do STF afirma que experiência do Judiciário brasileiro tem importância mundial

Notícias STF

Fonte: Supremo Tribunal Federal
http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=169719
Terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Presidente do STF afirma que experiência do Judiciário brasileiro tem importância mundial

Na tarde desta terça-feira (18), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Cezar Peluso, disse a jornalistas que a escolha do Brasil para sediar o II Congresso Mundial de Cortes Constitucionais demonstra um reconhecimento claro da importância que o país tem nas relações internacionais. Peluso concedeu a entrevista coletiva no Rio de Janeiro (RJ), onde se realizou o congresso.

Para o ministro, o Brasil teve oportunidade de conhecer as experiências das Cortes Constitucionais de 98 países. “Cada qual com a sua particularidade, mas todos com o interesse comum de assegurar e garantir a independência dos respectivos poderes Judiciários como um elemento absolutamente essencial para a consolidação dos processos democráticos, como eu disse no discurso de abertura, ao redor do mundo”, afirmou.

Em relação à troca de experiências, o presidente do STF avaliou que o Brasil tem importante papel mostrando como o Poder Judiciário brasileiro conseguiu a sua independência “e como vivencia essa independência pelo perfil da legislação brasileira e do funcionamento das nossas Cortes”, em particular do Supremo Tribunal Federal que também tem função de Corte Constitucional.

“Boa parte dos temas tratados, especificamente das matérias discutidas, são subsídios mais importantes para outros países do que para o próprio Brasil”, disse Cezar Peluso, ao explicar que muitas das nações participantes do congresso estão iniciando um período de independência não só dos Judiciários, mas de seus próprios países. “Muitos dos países participantes encontram-se em fase de experimentação de uma vivência democrática, de exercício de aprendizado de experiência de independência de cortes constitucionais”, completou.

Ao final, o ministro Cezar Peluso ressaltou que durante as discussões dos grupos, uma delas chamou a sua atenção. Diz respeito à possibilidade de o Supremo Tribunal Federal permitir que a intervenção de advogados seja feita a distância, como ocorre no caso da videoconferência. “Esta ideia é importante e nós vamos levá-la em consideração. Nada impede que nós possamos disciplinar que essa participação (dos advogados) seja feita de longe”, disse Peluso.


EC/EH

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A bela Tunísia

Em meio ao caos instalado na Tunísia, e a consequente fuga do ex-presidente Ben Ali, que esteve no poder por 23 anos, achei interessante divulgar algumas das fotos que tirei durante visita àquele país em 2005.

Sim, a Tunísia tem Coliseu, tem belas praias, e tem um povo alegre _ principalmente quando descobrem um brasileiro ou uma brasileira entre os visitantes. A primeira reação deles é: "Pelé! Ronaldinho! Roberto Carlos!"

As influências Romana, Francesa e Árabe fazem do país um lugar fascinante.
Para quem ainda não conhece a Tunísia, recomendo visita (obviamente, após o restabelecimento da ordem!). É um país belíssimo.



Foto: Alessandra Baldner / 2005


Foto: Alessandra Baldner / 2005

Foto: Alessandra Baldner / 2005

Foto: Alessandra Baldner / 2005

Foto: Alessandra Baldner / 2005

Foto: Alessandra Baldner / 2005

Foto: Alessandra Baldner / 2005


Foto: Alessandra Baldner / 2005

Foto: Alessandra Baldner / 2005

Foto: Alessandra Baldner / 2005

Foto: Alessandra Baldner / 2005

Foto: Alessandra Baldner / 2005


Atenção: Direitos de imagem reservados. Nenhuma imagem poderá ser reproduzida ou explorada sem autorização por escrito da autora.

Warning: Image rights reserved. No images may be reproduced or exploited without written permission from the author.

Advertencia: Derechos de imagen reservados. Las imágenes no pueden ser reproducidas o explotadas sin el permiso escrito del autor.

Attention: Droit à l'image réservés. Aucune image ne peut être reproduite ou exploitées sans l'autorisation écrite de l'auteur.






O fim de Kirchner e as relações Brasil-Argentina

(Texto originalmente publicado no periódico online O Estado RJ, em novembro de 2010.)

A Argentina perdeu, recentemente, Néstor Kirchner, primeiro secretário-geral da União Sul-Americana de Nações (Unasul), ex-presidente argentino e líder do Peronismo. As principais preocupações políticas no país vizinho são, atualmente, a sucessão dentro do movimento peronista e o desempenho da viúva Cristina na presidência sem o apoio do marido. Além disso, a oposição parece sentir-se desorientada com a morte de Kirchner, que teve papel essencial na recuperação da economia daquele país. Nesse cenário político, resta saber como ficarão as relações Brasil-Argentina daqui em diante.

Argentina e Brasil constituem-se como as duas maiores economias do Mercosul e, apesar de protagonizarem disputas comerciais que pareciam enfraquecer o bloco, desempenham papel crucial ao cooperar para fortalecer a integração mercosulina e a sul-americana. Em meio a uma relação de altos e baixos com o Brasil, Néstor Kirchner era grato pela ajuda brasileira durante a crise argentina do início da década de 2000, que aumentou as importações de produtos portenhos e agiu em prol da renegociação da dívida externa daquele país com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

No entanto, Kirchner, assim como o povo argentino hoje o faz, costumava demonstrar ressentimento quanto ao protagonismo do Brasil na região. Como exemplo, pode-se citar o posicionamento contra a candidatura brasileira a um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), argumentando que o Brasil não poderia representar sozinho a América Latina, tendo que se revezar com a Argentina. A política externa de Kirchner para o Brasil foi menos agressiva que a de seus antecessores e a de sua viúva, Cristina, que atualmente tenta bloquear importações brasileiras sem obter sucesso com essa iniciativa.

Percebe-se que, com a morte de Néstor Kirchner, Cristina provavelmente tentará demonstrar uma atuação independente da de seu marido e guia político, tomando uma atitude mais agressiva comercialmente em relação ao Brasil. Dessa forma, poderia manter uma coesão interna ao criar o “inimigo comum”, como já feito por Kirchner no passado em relação aos Estados Unidos e ao FMI. Um outro cenário possível seria o estreitamento de laços comerciais e políticos com o Brasil, objetivando crescimento conjunto e política de segurança no âmbito do Mercosul e da integração sul-americana.

A economia argentina cresce rapidamente, mas há inflação e as bases econômicas ainda são frágeis, devido à crise. Nessas perspectivas, resta saber qual papel será o escolhido por Cristina. Ela, certamente, terá apoio brasileiro para favorecer a economia argentina, afinal de contas, precisamos de parceiros fortes no Mercosul. Dessa forma, manteremos um bloco economicamente fortalecido e democracias estáveis na região, conforme as diretrizes do Itamaraty, com o objetivo de assegurar a harmonia política e comercial nos países com os quais temos fronteiras, e maior segurança na região ao reduzir a possibilidade de golpes de Estado, da migração ilegal em massa de regionais para o nosso território, e da presença do narcotráfico no Brasil.

Alessandra Baldner



domingo, 16 de janeiro de 2011

Adesão do Brasil ao Banco de Desenvolvimento do Caribe (BDC) como Sócio Regional

Nota nº 10

Adesão do Brasil ao Banco de Desenvolvimento do Caribe (BDC) como Sócio Regional

Fonte: MRE
http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/notas-a-imprensa/adesao-do-brasil-ao-banco-de-desenvolvimento-do-caribe-bdc-como-socio-regional

"11/01/2011 - O Brasil está formalmente habilitado a aderir como Membro Regional ao Banco de Desenvolvimento do Caribe (BDC), com sede em Bridgetown, Barbados. O Governo brasileiro havia assumido o compromisso de participar do Banco durante a I Cúpula Brasil–Comunidade do Caribe (CARICOM), realizada em 26 de abril de 2010, em Brasília.

A adesão do Brasil foi autorizada pelo Decreto Legislativo nº 801, promulgado pelo Senado Federal em 20 de dezembro de 2010. Com isso, o Brasil estará habilitado a adquirir ações do capital social do Banco no valor de US$ 28 milhões.

O Banco, criado em 1969 e integrado por países e territórios do Caribe, visa a financiar projetos de desenvolvimento econômico para a redução da pobreza, com especial ênfase nos menos desenvolvidos como o Haiti, e a promover a cooperação e integração na região do Caribe.

A participação do Brasil na instituição será semelhante à da Colômbia, do México e da Venezuela, como sócio regional não tomador de recursos e com direito a voto. Alemanha, Itália, Reino Unido, Canadá e China são sócios extrarregionais não tomadores de recursos. Conforme acordado com o BDC, o País comprará, ao todo, 3.118 ações do capital social, em seis parcelas anuais. O processo de adesão prevê, ainda, que o Brasil contribua com US$ 5 milhões para o "Fundo Especial de Desenvolvimento" do BDC, destinado a atender os sócios de menor desenvolvimento relativo."


sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

M y f r e n c h f i l m f e s t i v a l. c o m

Divulgando...




UNIFRANCE E ALLOCINE APRESENTAM


M y f r e n c h f i l m f e s t i v a l. c o m

A PARTIR DE SEXTA-FEIRA ATÉ O DIA 29 DE JANEIRO 2011.

10 curtas-metragens e 10 longas-metragens franceses recentes disponíveis gratuitamente na internet, com legendas em português !

Durante quinze dias venha descobrir gratuitamente na Internet em vídeo sob encomenda (VoD)

Drama, humor, ação e thrillers no programa deste festival inédito que traz na sua casa o melhor do jovem cinema francês atual.

Dia 14 de janeiro: Lançamento da primeira edição do Myfrenchfilmfestival.com!

Vote no seu filme favorito do festival e ganhe uma viagem para Nova York.

Participe no jogo French Film Epidemic e ganhe uma viagem para Paris para duas pessoas!

Torne-se embaixador do cinema francês no exterior: o vencedor ganhará uma viagem para Paris e 3 noites VIP num hotel **** na capital francesa!

Grátis para toda América Latina, graças ao patrocínio da multinacional francesa, Essilor, fabricante das lentes multifocais Varilux® e do anti-reflexo Crizal®. O site e os filmes estão disponíveis em português graças ao apoio da Embaixada da França no Brasil.



Bancos dos EUA querem encerrar contas de embaixadas estrangeiras

13 de janeiro de 2011
Fonte: Portal Terra
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4889185-EI294,00-Bancos+dos+EUA+querem+encerrar+contas+de+embaixadas+estrangeiras.html

"NOVA YORK, 13 Jan 2011 (AFP) -Bancos americanos resolveram encerrar as contas das embaixadas estrangeiras acreditadas nos Estados Unidos, o que levou um funcionário de alto escalão do departamento de Estado a tentar apaziguar os ânimos dos países membros das Nações Unidas.

Nenhum banco informou publicamente as razões da medida, mas os diplomatas estimam que a causa seja o custo envolvido no rastreamento da origem dos fundos que chegam aos Estados Unidos, como parte dos controles contra atividades terroristas.

O banco JP Morgan Chase enviou uma carta aos embaixadores acreditados nos Estados Unidos no dia 30 de setembro para notificá-los do fechamento das contas diplomáticas em 31 de março.

Nesta quinta-feira, o subsecretário do departamento de Estado, Patrick Kenneddy, reuniu-se com representantes de 150 países na sede da ONU para responder às inquietações em torno da decisão.

Kennedy afirmou ao Washington Post que o departamento de Estado está tentando persuadir os bancos a revisar sua decisão de fechar as contas e de convencer outras entidades a recebê-las.

Os membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas, como França e China, receberam instruções para buscar um novo banco. As grandes potências acreditam que encontrarão novos bancos, mas vários países africanos já enfrentam problemas, disseram diplomatas. Através destas contas, são pagas as faturas e os salários.

JP Morgan Chase, que tem um grande número de clientes diplomáticos, é atualmente o único banco que anunciou o fechamento de todas as contas das representações diplomáticas.

Mas o Bank of America fechou cinco contas da embaixada de Angola e vários outros bancos anunciaram às autoridades americanas sua intenção de encerrar todas as suas operações com as embaixadas, segundo o Washington Post.

Robert Rowe, vice-presidente da Associação de Banqueiros dos Estados Unidos, considerou que o problema se origina nas exigências de Washington em torno da corrupção e de outros crimes.

"As exigências dos inspetores (do governo) são particularmente altas", sobretudo em relação ao dinheiro que chega aos Estados Unidos, disse Rowe à AFP."

tw/pad/ma

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Brasileiros que retornam ao País ganham agência de apoio

10 de janeiro de 2011
Fonte: Portal Terra
http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4881305-EI306,00-Brasileiros+que+retornam+ao+Pais+ganham+agencia+de+apoio.html

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, inaugura nesta segunda-feira, em São Paulo, o Núcleo de Informação e Apoio aos Trabalhadores Brasileiros Retornados do Exterior. Além de conhecer o perfil do trabalhador que regressa do exterior - principalmente do Japão -, o núcleo tem como objetivo orientar quanto a serviços públicos e auxiliar a reinserção no mercado.

O centro será inaugurado às 9h30, no bairro da Liberdade. A expectativa é que sejam atendidos 200 trabalhadores por mês.

RJ: John McCain visita UPP do morro Dona Marta

09 de janeiro de 2011
Fonte: Portal Terrahttp://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4881101-EI7896,00-RJ+John+McCain+visita+UPP+do+morro+Dona+Marta.html

O gabinete do senador republicano dos Estados Unidos John McCain informou que ele está em uma turnê pelas Américas para promover a expansão do livre comércio e a cooperação de segurança no continente. McCain e o colega John Barrasso, também republicano, viajarão para Chile, Panamá e México, além do Brasil, onde estão, e da Colômbia, que já visitaram. Neste domingo, eles visitaram a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Morro Dona Marta, na zona sul do Rio de Janeiro. As informações são da AFP.

Na tarde de hoje, os senadores chegaram ao morro Dona Marta, onde visitaram o centro de operações da UPP. A seguir, foram para a laje onde o cantor Michael Jackson gravou um videoclipe em 1996.

Segundo o escritório de McCain, o objetivo da viagem é "envolver-se com aliados importantes dos EUA e parceiros emergentes na América Latina". Eles vão renovar os seus apelos ao Congresso americano para aprovar pactos de livre comércio com Colômbia e Panamá, num momento em que o presidente Barack Obama destacou que as exportações estão crescendo nos EUA e empregos voltaram a ser criados.

A viagem também vai olhar, segundo a assessoria de McCain, como "Colômbia, Brasil e México estão lutando contra as redes criminosas e o tráfico de drogas e o sucesso ou fracasso do que os Estados Unidos apoiam e participam" sobre o assunto.

Os americanos vão ainda buscar aprofundar as relações entre o seu país e o Brasil durante as paradas no Rio de Janeiro e Brasília, bem como destacar o "esforço extraordinário" feito pelo Brasil para reduzir a pobreza e a criminalidade. McCain, que representa o estado do Arizona, perdeu para Obama na corrida presidencial de 2008.

Barrasso, médico de formação, representa Wyoming e é membro do Comitê de Relações Exteriores do Senado. "Os Estados Unidos têm um interesse nacional vital de sustentar o sucesso e a segurança da democracia, mercados abertos, o livre comércio e a integração regional no hemisfério ocidental", disse o comunicado.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

O Primeiro Embaixador Negro do Brasil

"Preconceito nunca se apresenta claramente", diz 1º embaixador negro do Brasil; leia relato


06/01/2011 - 08h35
Fonte: Folha UOL
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/855708-preconceito-nunca-se-apresenta-claramente-diz-1-embaixador-negro-do-brasil-leia-relato.shtml



Foto: Sérgio Lima / FolhaPress

DEPOIMENTO A JULIANA ROCHA
DE BRASÍLIA

Meu pai foi agente de portaria, um contínuo (...) O preconceito nunca se apresenta claramente. No campo das relações humanas, você nota reação positiva ou negativa (...) É preciso que haja ações afirmativas (...) Eu não me beneficiei de nenhuma política. Na minha época, isso não havia.

Filho de um contínuo, Benedicto Fonseca Filho, 47, foi promovido em dezembro a embaixador, o primeiro negro de carreira. E o mais jovem. Passou por Buenos Aires, Tel Aviv e Nova York. Vai chefiar o departamento de Ciência e Tecnologia. Ele declara orgulho de ser negro e filho de pais humildes que o educaram para chegar ao topo na casa mais aristocrática do país.

Nasci no Rio, em 1963. Mudei para Brasília em 1970 porque meu pai veio ser funcionário do Itamaraty. Ele foi agente de portaria, que é um contínuo. Quando eu tinha nove anos, toda a família foi para a [antiga] Checoslováquia [no leste europeu], quando meu pai foi removido para Praga por três anos.


Naquele tempo, todos os funcionários das embaixadas eram de carreira. Hoje, esses são terceirizados. Foi essa experiência internacional que me despertou o interesse pelo Itamaraty. Talvez por ter estudado em escolas internacionais, na escola francesa e na americana.

Meu pai e minha mãe, na sua humildade, nunca pouparam esforços para nos proporcionar as melhores condições de estudo.

Hoje, meu pai tem 84 anos, já é aposentado há 14. Minha maior satisfação foi eu ser promovido com ele ainda vivo. Ele ficou tão ou mais contente do que eu.

Fiz o concurso [do Itamaraty] em 1985 e entrei de primeira, aos 22 anos. Quando saiu a lista dos aprovados, um jornal de Brasília fez uma matéria que dizia: "Mulher e negro passam em primeiro lugar no Rio Branco". A mulher foi o primeiro lugar e eu, o segundo.

Vinte e cinco anos depois, uma mulher passar em primeiro lugar já não causa tanto espanto. Naquela época, tinha só uma mulher embaixadora.

Hoje, são várias mulheres embaixadoras, acho que 20, ocupando postos importantes. Talvez chame muito mais atenção quando um negro ascende na carreira do que uma mulher.

Em relação à diversidade racial já avançamos muito, mas ainda temos muito que avançar. Houve um olhar para essa questão na gestão do ministro Celso Amorim.


PRECONCEITO

O preconceito nunca se apresenta claramente. No campo das relações humanas, você nota reação positiva ou negativa das pessoas.

Mas seria leviano dizer que eu experimentei uma situação que pudesse identificar como preconceito [no Itamaraty]. Nunca houve.

Me lembro de um caso [de reação positiva]. A primeira vez que fui à ONU em 2004, um colega do Caribe me chamou no canto para dizer que pela primeira vez via um diplomata negro na delegação brasileira.

Ele enfatizou: "It's the first time ever, ever. We are proud" [É a primeira vez. Estamos orgulhosos].

Eu faço um paralelo com os EUA, que tiveram um sistema de cotas importante para criar uma classe média negra que se autossustenta, que agora pode seguir em frente sem a necessidade de políticas diferenciadas.

No Brasil, as cotas das universidades vão produzir uma diversidade salutar.


COTAS NO ITAMARATY

É preciso haver políticas de ação afirmativa. No ministério, damos bolsas para proporcionar condições financeiras adequadas para que os afrodescendentes se preparem, o que tem tido um resultado muito positivo.

O objetivo é dar condições para pessoas que têm talento. Algumas vezes é visto como se estivessem recebendo um privilégio. Temos o cuidado de preservar as condições de preparação.

Eu não me beneficiei de nenhuma política. Na época, não havia. Mas olhando retrospectivamente, creio que me beneficiei de certas circunstâncias.

Tive oportunidades que raramente os negros têm. Morei no exterior, estudei idiomas com a ajuda do Itamaraty, porque ajudavam nos estudos dos filhos dos funcionários.

Os críticos das cotas têm uma contribuição que não é irrelevante. Eles dizem que, cientificamente, não há raças, não há diferenças entre brancos e negros.

É uma desmistificação para quem acha que há diferenças intrínsecas. Mas há uma falha no argumento. Do ponto de vista humano e das relações sociais, existem diferenças.

Basta ver os índices sociais, condições de saúde e de moradia para ver que existe um problema. Isso não é tratado de maneira séria e aprofundada [pelos críticos].

Nosso país tem muitos passivos. A preocupação social e racial tem que andar lado a lado. Ou deixamos as coisas acontecerem, ou tentamos uma intervenção. O assunto não pode ser jogado para debaixo do tapete.


ÁFRICA

Nos últimos anos, houve uma preocupação de diversificar as relações externas, ter um olhar novo não só em relação à África. Resgatar elementos de nossa identidade, cultura e sociedade.

Mas também avançamos na área comercial, levando em conta nosso interesse econômico. Tenho orgulho de ser negro. Faz parte da minha identidade. E de ser brasileiro. Mais do que isso, tenho orgulho de ser filho dos meus pais."


Finalmente.




quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Latinos terão maior peso nas eleições americanas de 2012, aponta relatório

05 de janeiro de 2011
Fonte: Portal Terra
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4875431-EI294,00-Latinos+terao+maior+peso+nas+eleicoes+americanas+de+aponta+relatorio.html


"O voto dos latinos foi decisivo em alguns estados americanos nas eleições legislativas de novembro, o que permite prever que este contingente terá peso ainda maior no pleito presidencial de 2012, aponta um estudo divulgado nesta quarta-feira.

A análise do Centro Pew Hispanic indica que os eleitores em questão tiveram uma presença três vezes maior em estados que ganharam cadeiras no Congresso e votos no Colégio Eleitoral - que decide o vencedor das eleições presidenciais - que naqueles que perderam cadeiras.

Segundo o relatório, 15,2% dos eleitores nos estados que ganharam cadeiras são de origem latina, comparado com o percentual de 5,4% dos eleitores elegíveis em estados que perderam cadeiras.

Levando em conta esta reorganização dos distritos eleitorais, "os latinos provavelmente terão um papel mais importante na política nacional na década vindoura", indicou o Centro Pew Hispanic.

Dois dos estados que ganharam cadeiras, Flórida e Nevada, por exemplo, foram decisivos em anos recentes, como em 2004, na reeleição do republicano George W. Bush, e em 2008, com o democrata Barack Obama.

A instituição indicou que os estados que conquistaram mais cadeiras no Congresso são Texas, com quatro a mais; Flórida, com mais duas, e Geórgia, Washington, Nevada, Utah, Arizona e Carolina do Sul, ambos com uma.

Os que perderam cadeiras são Nova York e Ohio, com menos duas vagas cada um, e Pensilvânia, Illinois, Iowa, Missouri, Michigan e Louisiana, que perderam uma.

Segundo o Escritório do Censo, os EUA têm 308 milhões de habitantes, um aumento de 9% com relação ao anos de 2000, e os cálculos populacionais de 2009 indicam que os latinos contribuíram com 51% desse crescimento populacional.

O relatório explicou, no entanto, que o crescimento populacional dos latinos nem sempre era traduzido em um maior peso eleitoral imediato, já que muitos não têm idade para votar ou ainda não obtiveram a cidadania.

Dos 48,4 milhões de latinos nos EUA em 2009, 20,1 milhões podem votar, número tido como recorde pelo relatório. Apesar disso, 15,5 milhões de latinos são cidadãos americanos de 17 anos de idade ou menos, e outros 12,8 milhões, de qualquer idade, não têm cidadania americana."


AFP

Bolívia saúda intenção brasileira de apoiar luta antidrogas

05 de janeiro de 2011
Fonte: Portal Terra
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4875254-EI8140,00-Bolivia+sauda+intencao+brasileira+de+apoiar+luta+antidrogas.html


"O presidente boliviano, Evo Morales, saudou na quarta-feira (5) a intenção da presidente Dilma Rousseff de apoiar economicamente a luta contra o narcotráfico em países como Bolívia e Paraguai. O ministro da Justiça brasileiro, José Eduardo Cardozo, anunciou na terça-feira (4) a disposição do governo de Dilma de financiar a luta antidrogas de seus vizinhos, como Bolívia e Paraguai, locais por onde a droga entra no Brasil.

"Saúdo as últimas palavras do novo ministro do Brasil que quer ajudar, que quer subsidiar, algo assim, a luta contra o narcotráfico", afirmou Morales durante a inauguração de escritórios antidrogas em La Paz. O presidente da Bolívia acrescentou que "o que o povo boliviano precisa é de um equipamento com certa tecnologia na luta contra o narcotráfico".

Morales expulsou por razões políticas, no fim de 2008, a agência antidrogas DEA, dos EUA, que fornecia tecnologia, informações de inteligência e recursos para o combate ao tráfico de drogas.

A Bolívia compartilha uma fronteira comum de 3.133 km com o Brasil, desde a hidrovia Paraná-Paraguai até a Amazônia. Nesta trajetória, muitas cidades limítrofes são pontos de tráfico de cocaína e armas.

O Brasil não anunciou a data e o montante de dinheiro que facilitará aos seus vizinhos bolivianos e paraguaios."



AFP

A saída da Bolívia

(Texto originalmente publicado no periódico online O Estado RJ, em abril de 2010.)

Evo Moralesphoto © 2009 Sebastian Baryli | more info (via: Wylio)
O presidente boliviano Evo Morales declarou, no final de março deste ano, que a Bolívia “retornará ao mar cedo ou tarde”, durante o ato oficial que recordou a ausência de uma saída marítima daquele país. O fato retoma a questão da Guerra do Pacífico, ocorrida no final do século XIX, que envolveu Bolívia e Peru contra o Chile, e apresenta efeitos até os dias atuais. Ao fim do conflito, o Chile, vencedor, obteve o aumento de um terço de seu território, anexando parte das terras bolivianas e peruanas.

Uma reivindicação territorial apresentada pelo Peru contra o Chile, em 2009, pode se tornar mais um obstáculo à reconquista boliviana de acesso ao mar. Por ser um Estado mediterrâneo, a Bolívia sofre para conseguir exportar seus principais produtos, minerais (estanho, lítio e zinco) e hidrocarbonetos. Para isso, precisa assinar acordos de cooperação com os demais países sul-americanos, dentre eles, o Brasil. Apesar de permanecer neutro durante a Guerra do Pacífico, o governo brasileiro tornou-se ativo no que tange aos interesses de nossos vizinhos. Afinal, para nos desenvolvermos, precisamos ajudar os que estão em volta e fortalecer a economia da região, de acordo com o presidente Lula.


Aymara Women, El Alto, Boliviaphoto © 2007 Pedro Szekely | more info (via: Wylio)
Nesse sentido, o governo boliviano propôs, este mês, ao brasileiro que se construísse uma ferrovia para ligar as fronteiras de ambos os países ao Chile, objetivando facilitar as exportações para o mercado asiático, uma proposta vantajosa para Estados sem acesso ao Oceano Pacífico. Para o Brasil, trata-se de sugestão interessante, por causa dos fluxos de comércio com a Ásia. Para a Bolívia, seria uma espécie de “saída para o mar”. Além deste, outros projetos estão em pauta, como a instalação de um porto boliviano em território paraguaio, sugerida por autoridades brasileiras, e o financiamento brasileiro para a construção de uma rodovia que facilite o escoamento de produtos bolivianos, em acordo assinado em 2009.

Observa-se, desta forma, que o Brasil, sendo o país mais fortalecido da região, ao ajudar os vizinhos a se desenvolveram economicamente parece obter tantos lucros quanto os Estados favorecidos pelas ações brasileiras. Enfim, de acordo com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, “a generosidade não é, senão, o nosso próprio interesse no longo prazo”. Para aqueles que questionam o modo como autoridades brasileiras reagiram diante das instalações da Petrobras nacionalizadas por Evo Morales, o Brasil demonstra que se tratou apenas de “generosidade”.


Alessandra Baldner

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Governo da Itália pede manutenção da prisão de Cesare Battisti

Notícias STF

Fonte: Supremo Tribunal Federal
http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=168947&tip=UN
terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Governo da Itália pede manutenção da prisão de Cesare Battisti

"O governo da Itália pediu, nesta terça-feira (4), a manutenção da prisão do italiano Cesare Battisti ao Supremo Tribunal Federal (STF). Para a República Italiana, a expedição de alvará de soltura deve ser analisado pelo Plenário do Supremo. Ontem, a defesa de Battisti havia solicitado a soltura imediata do italiano ao STF. As petições foram juntadas ao pedido de Extradição (EXT) 1085, aberto no Supremo contra o italiano.

Para a Itália, Battisti deve continuar preso até que os ministros da Corte analisem se a decisão do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva de negar a extradição é ou não compatível com a determinação do STF, que em dezembro de 2009 autorizou a extradição do italiano.

Na petição entregue na manhã de hoje ao Supremo, o advogado do governo da Itália afirma que somente o Plenário da Suprema Corte tem competência para revogar a prisão de Battisti, “após, obviamente, proceder, de ofício ou mediante provocação, ao exame da compatibilidade entre o ato presidencial de negativa da extradição e o acórdão (decisão colegiada) de concessão da extradição proferido pela Suprema Corte”.

A defesa do italiano alegou que, mesmo autorizando a extradição, o STF, por maioria de votos, transferiu para o presidente da República a decisão final sobre a entrega ou não de Battisti ao governo italiano, que deveria ser tomada com base no Tratado de Extradição celebrado entre Brasil e Itália.

“O julgamento já foi concluído, a decisão já transitou em julgado e o processo de extradição já foi inclusive arquivado. Já não é possível, juridicamente, reabrir a discussão acerca da competência do presidente da República. Trata-se, tão somente, de dar cumprimento ao que foi decidido, em respeito às instituições e aos valores do Estado democrático de direito”, afirma a defesa de Battisti."

CF,RR/CG


Presidente do STF manda desarquivar processo de extradição de Cesare Battisti

Notícias STF
Fonte: Supremo Tribunal Federal
http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=168955
Terça-feira, 04 de janeiro de 2011

Presidente do STF manda desarquivar processo de extradição de Cesare Battisti

"O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Cezar Peluso, determinou hoje (4) que o pedido de Extradição (EXT 1085) do italiano Cesare Battisti seja desarquivado e que a petição que solicita sua imediata soltura seja anexada aos autos. Com a publicação do acórdão do STF que autorizou a extradição do italiano, no início de 2010, o processo foi enviado para a Seção de Baixa e Expedição .

“Determino, pois, à Secretaria (do STF) que desarquive os autos da mencionada extradição, providencie a juntada desta petição avulsa e, então, faça aqueles (autos) conclusos a esta Presidência”, diz o presidente na decisão.

A petição que pede que Battisti seja libertado imediatamente foi protocolada ontem no Supremo, após o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva negar a extradição do italiano.

Na manhã de hoje, o governo da Itália pediu a manutenção da prisão de Battisti. Para a Itália, ele deve continuar preso até que os ministros da Corte analisem se a decisão do ex-presidente Lula da Silva é ou não compatível com a determinação do STF, que autorizou a extradição em dezembro de 2009. Esse pedido também será anexado aos autos da Extradição. Após, o processo será encaminhado à presidência."


RR/CG

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Narcotráfico e Política Externa Brasileira na América do Sul

Rio de Janeiro hot II (Obrigado???)photo © 2008 Daniel Zanini H. | more info (via: Wylio)
A guerra contra o narcotráfico no Rio de Janeiro foi manchete nos principais periódicos do mundo. A implantação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) apresentam bons resultados na capital fluminense, e o Governo do Estado, é fato, não pretende perder a posição de sede da Copa de Futebol de 2014 e das Olimpíadas de 2016 em função da precariedade da segurança na região. Com efeito, para conter a escalada de violência, a intervenção das Forças Armadas Brasileiras de modo rápido e efetivo facilitou a entrada do poder público no local. Mas, como seria possível combater o tráfico e o consumo de drogas no Brasil se a produção se origina em alguns países fronteiriços?

Há pelo menos três décadas o Brasil servia principalmente como rota de tráfico para a Europa e para os Estados Unidos (o maior consumidor de entorpecentes) de drogas cultivadas e processadas no Paraguai, no Peru, na Bolívia e na Colômbia. Atualmente, a situação não se restringe somente à rota de passagem, mas à industrialização em território nacional da matéria-prima e ao aumento do consumo interno, que cresceu fortemente na última década. Apesar de existirem leis brasileiras específicas para o combate ao narcotráfico desde 1976, o tema obteve recentemente uma dimensão importante para a Política Externa Brasileira, já que afeta o entendimento com outros países.

A Colômbia, por diversas vezes, foi palco de ações norte-americanas contra o narcotráfico internacional, como o Plano Colômbia da década de 1990. A última estratégia consistiu na instalação de bases estadunidenses em território colombiano com o aval do, na época, presidente Álvaro Uribe, embora o atual presidente Juan Manuel Santos tenha afirmado recentemente que não levará adiante o acordo com os EUA. O tema soa como uma intervenção “consentida” em um Estado soberano (no caso, a Colômbia). Mas a existência dessas bases seria fato positivo para o Brasil? Definitivamente não, porque daria pretexto para intervenções norte-americanas onde quer que, no entendimento norte-americano, fosse necessário combater o narcotráfico. Caberia ao Brasil, pelo fato de ter uma projeção continental, oferecer auxílio aos colombianos no combate ao narcotráfico, disponibilizando meios para tal ação.

A Europa possui um consórcio intergovernamental de combate a drogas sul-americanas atuante em vias aéreas e marítimas desde 2007, o chamado Centro de Análises e Operações Marítimas (MAOC-N). De acordo com documento publicado pelo Parlamento Britânico no final de 2009, o MAOC-N pretende fazer do Brasil e da Colômbia parceiros e observadores da organização, defendendo a assinatura de um Memorando de Entendimento com o Brasil com vistas ao aumento de cooperação no combate ao narcotráfico. Ainda segundo o documento, as forças norte-americanas são responsáveis pelos patrulhamentos no Pacífico Sul e no Caribe, atuando, assim, em conjunto com a MAOC-N. (http://www.publications.parliament.uk/pa/cm200910/cmselect/cmhaff/74/7415.htm)

Em que pese toda a ação da Europa e dos EUA na vigilância e no combate a entorpecentes sul-americanos, o Brasil também age na região, negociando acordo para usar o Veículo Aéreo Não Tripulado (Vant) no espaço aéreo de Bolívia, Colômbia, Paraguai e Uruguai, com o objetivo de filmar a produção de drogas nos países vizinhos. Para não haver quebra de soberania dos Estados visados, o Brasil se compromete a fazer uso limitado do Vant, que sobrevoaria e mapearia as áreas em questão, entregando, posteriormente, os documentos a todos os vizinhos alvos da operação. O Veículo Aéreo Não Tripulado já é usado na fronteira meridional do Brasil para fiscalizar a região desde 2009.

Há também o projeto Sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM), elaborado pelas Forças Armadas brasileiras e auxiliado por uma parte civil, o Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM), responsáveis pela vigilância na região e já atuantes. Partilhamos uma vasta área de fronteira amazônica onde não pode haver vácuo de poder. Dessa forma, poderão ser realizadas a cooperação conjunta no combate ao narcotráfico e a defesa de nossa soberania, além de facilitar, assim, a integração da América do Sul política e economicamente.


Alessandra Baldner

Article on The Economist : What the North and South Koreans can learn from the reunification of Germany

Parallel economies
Dec 29th 2010 - From The Economist print edition
http://www.economist.com/research/articlesBySubject/PrinterFriendly.cfm?story_id=17800091

What the North and South Koreans can learn from the reunification of Germany

SOUTH KOREANS dread the prospect of renewed fighting across the “38th parallel” that divides their country from the communist North. But not all of them savour the alternative ending for their cold war: rapprochement and reunification.

North Korea’s indigence is almost as scary as its belligerence. The collapse of its rogue dictatorship—improbable but not unthinkable—would replace a military threat with a variety of economic perils, including a possible flood of cheap migrant labour and costly obligations to support the North’s people and infrastructure. Germany’s example is hardly reassuring. Two decades after reunification, the East still subtracts heavily from Germany’s budget and adds greatly to its unemployment figures.

Before the last Korean war in 1950, the North was home to most of the country’s heavy industry. As late as 1975, its income per head still exceeded the South’s, according to Eui-Gak Hwang of Korea University in Seoul. “Obviously, sooner or later the country must be reunited,” wrote Joan Robinson, a Cambridge economist, in 1977, “by absorbing the South into socialism.”

South Korea’s central bank reckons that North Korea’s annual income per person was only $960 in 2009, or about 5% of South Korea’s. (This estimate values the North’s output using South Korea’s prices and its exchange rate against the dollar.) This disparity dwarfs the income gap between the two Germanys on the eve of reunification (see chart). Poorer than East Germany, North Korea is also bigger. Its population of 24m is about half the size of the South’s, whereas East Germany’s was only about a quarter the size of the West’s.

The Economist

 
If the Koreas reunified, the government would face a stark choice. It could try to fill the gap in living standards between North and South, through handouts, public investment and subsidies. Or it could brace itself for heavy migration, as poor Northerners moved to the South in search of higher wages. Germany leaned towards the first option. East German Ostmark wages were converted into West German D-marks at a rate of one to one, then raised by union pressure closer to Western levels. This allayed fears that migrant workers would flood into the West, or that capital would flood out. But it also deterred private investment in the East—except for heavily subsidised property speculation which ultimately failed—and priced many of its workers out of the market.

Michael Funke of Hamburg University and Holger Strulik of the Leibniz University in Hanover are two of the many economists who have studied Germany’s reunification. In 2005 they used the same framework to model the Korean case. Their calculations (which they describe as “rigorous speculation”) illustrate the scale of the problem. To equalise the standard of living in both parts of the country would initially cost over half of the South’s tax revenues. The government could reduce the fiscal burden to 30% of revenues, but only at the cost of receiving 8m migrants, the two economists estimate.

The government could, of course, spread the cost over time by borrowing abroad: there is no reason why today’s Koreans should pay the full cost of reunifying their country.

And in principle, North Korea’s productivity might catch up with the South’s quite rapidly. Because capital is scarce in the North, returns should in theory be high. Investors will be drawn to its promising location, its raw materials and its workers, who are young, reasonably well educated and cheap. (Many South Korean and Chinese firms have already taken the plunge. Hyundai Asan and Korea Land Corporation, for example, run the Kaesong Industrial Complex a few miles inside the North. It hosts 116 factories, employing 40,000 North Koreans, producing over $20m-worth of textiles, chemicals, electronics and other goods a month.)

Despite North Korea’s obstinate commitment to central planning, the market is growing like a vine in the cracks of the socialist edifice. In their new book, “Witness to Transformation”, Stephan Haggard and Marcus Noland document this market reform “from below”, drawing on surveys of refugees in South Korea and China. They find that 62% of the refugees in China had relied on the market as their primary source of food; only 3% relied on the state. And almost 70% of the refugees said they got more than half of their income from some form of private enterprise, such as selling crops or repairing bikes.

North Koreans have turned to the market out of sheer desperation. During the famine of the mid-1990s, for example, the public distribution system broke down, forcing households to rear livestock, collect acorns and sea algae, or cultivate crops in their kitchens. Informal markets sprouted, as people either bent the law or defied it. In 2002 some of these exchanges were decriminalised. But from 2005 the regime cracked down again.

Planning the end of planning

This surreptitious system of truck, barter and exchange might eventually be the kernel of a more dynamic market economy. But the breakdown of North Korea’s central planning is a mixed blessing. One of the few communist countries to liberalise its economy without a big drop in output was China. It did so by keeping its central plan in place long enough to grow out of it. In the early years of reform, households and firms kept their centrally allotted entitlements and obligations. But they were free to sell or buy anything extra for whatever they could get. This allowed prices to do their job of signalling scarcity and abundance, even as it avoided the disruptions and hardship suffered by other transition economies.

North Korea would profit from following China’s example, argues Gérard Roland of the University of California, Berkeley. (At the very least, households should be entitled to a ration of essential goods at controlled prices.) Before the North can make a successful transition to a market economy, therefore, it may have to revive something like its public distribution system. The country’s best route may lie in reviving a rudimentary plan.

The path to a market economy will no doubt be bumpy. South Korea’s communist sibling is both poorer and more populous than West Germany’s ever was. But as Messrs Funke, Strulik and Roland all point out, the Koreas have one advantage Germany lacked. They can learn from its example."


No post abaixo, meu artigo sobre as duas Coreias, publicado em junho de 2010.

E o futuro das Coreias?

(Texto publicado originalmente no periódico online O Estado RJ, em junho de 2010.)

Demilitarized Zone, North Koreaphoto © 2008 Kok Leng Yeo | more info (via: Wylio)


Após a notícia de que um navio sul-coreano havia sido atacado pela Marinha norte-coreana, especula-se qual será o futuro das duas Coreias. A divisão da península coreana, com o fim da Segunda Guerra Mundial, é considerada o último resquício da Guerra Fria. Tecnicamente, as Coreias ainda estão em guerra, após o conflito terminar com um cessar-fogo, em 1953. O governo de Kim Jong-il, governante norte-coreano, está próximo do fim, com sua piora de saúde, e especula-se sobre o preparo de seu herdeiro para assumir o controle do país comunista. Mas, o que se observa é a grande possibilidade de uma lacuna política.

Um país dividido em dois, uma parte comunista, outra capitalista. Poderia ser a Alemanha, reunida após a queda do Muro de Berlim em 1989; também poderia ser o Vietnã, oficialmente reunificado em 1976 sob governo socialista, mas cada vez mais capitalista pragmático. O que se observa, é a tendência à unificação. A Coreia do Norte e a do Sul falam a mesma língua e mantêm a mesma identidade, apesar de o território estar dividido. Dessa forma, quais seriam as chances de o Estado voltar a ser um só? Muitas.

kim jong il (coreadelnorte.com)photo © 2008 http://www.flickr.com/people/67471595@N00 | more info (via: Wylio)
O Norte poderá complementar o Sul, oferecendo mercado consumidor, mão-de-obra barata e alguma tecnologia nuclear. Essa visão econômica foi importante para a reunificação da Alemanha, por exemplo. Ao se unificar, a Coreia desmantelaria parte do Exército do Norte, com a possibilidade de se realocar soldados capacitados e bem alimentados para o setor industrial, viabilizando o crescimento em larga escala da economia. Por outro lado, o Sul disponibilizaria novas tecnologias ao mercado de Pyongyang.

Além disso, atualmente, o governo comunista se mantém no poder devido ao apoio da China. Sem Pequim, dificilmente a Coreia do Norte teria fôlego para se sustentar _ Alimentos, medicamentos e energia são providos, em parte, pelo governo chinês. O fardo de Pequim seria amenizado com a sugestão de as Coreias se unificarem.


Alessandra Baldner